quinta-feira, 27 de maio de 2010

Liberdade Efêmera

Achei essa minha redação do terceiro colegial jogada pelos meus documentos do computador, até dei uma risada irônica quando terminei de ler, afinal, apesar de ser tudo verdade, eu não sou a melhor pessoa pra falar disso, já que me escondo atrás de postes últimamente pra não ver uma vitrine de loja e virar uma massa falida. Enfim, achei interessante!

" Abrem-se as portas, pessoas entrando e saindo de lojas, sacolas, sorrisos é o que tipicamente se encontra nas ruas de hoje. As pessoas parecem estar plenamente felizes com uma simples sacola de uma roupa de grife na mão, outras se sentem onipotentes por andarem em um carro de última geração, e assim continua o ciclo do materialismo imposto a sociedade.
Após a revolução industrial as pessoas passaram a dar mais importância ao poder aquisitivo, ostentar o supérfluo, e desejar tudo em excesso. Á partir daí surge a publicidade, mascarando o capitalismo por meio do consumismo e nos iludindo de que somos livres para escolher o que queremos comprar.
Entretanto, a vontade de consumir produtos de grife, marcas caríssimas e etc, nos faz acreditar que precisamos daquilo para sermos aceitos pela sociedade, caso contrário somos tratados como inferiores. Na verdade não somos livres nem nas nossas vontades, pois essas são influenciadas através de anúncios e propagandas, em um mundo onde a nova “moda” é você ser o que você veste ou tem, portanto, vivemos em uma geração em que os bens materiais se humanizaram e as pessoas são acessórios do poder.
Contudo, conforme as pessoas consomem demasiadamente, elas esquecem do porquê de tanto consumo, tentam sanar angústias em um dia de compras, e confundem o essencial com o supérfluo, pois estão sendo guiadas por um padrão de vida imposto pela mídia, que se preocupa em fazer o ciclo do materialismo girar, visando apenas o individualismo e descartando o bem estar coletivo.
Em suma, devemos nos preocupar com a nossa liberdade de consumo. É necessário ter senso crítico para desvendar a alienação por trás de tanta efemeridade, e usar dos determinismos indesejáveis para reverte-los em prol de uma sociedade altruísta. "




domingo, 16 de maio de 2010

William Shakespeare

"Há certas horas, em que não precisamos de um Amor...
Não precisamos da paixão desmedida...
Não queremos beijo na boca...
E nem corpos a se encontrar na maciez de uma cama...

Há certas horas, que só queremos a mão no ombro, o abraço apertado ou mesmo o estar ali, quietinho, ao lado...
Sem nada dizer...

Há certas horas, quando sentimos que estamos pra chorar, que desejamos uma presença amiga, a nos ouvir paciente, a brincar com a gente, a nos fazer sorrir...

Alguém que ria de nossas piadas sem graça...
Que ache nossas tristezas as maiores do mundo...
Que nos teça elogios sem fim...
E que apesar de todas essas mentiras úteis, nos seja de uma sinceridade
inquestionável...

Que nos mande calar a boca ou nos evite um gesto impensado...
Alguém que nos possa dizer:
Acho que você está errado, mas estou do seu lado...

Ou alguém que apenas diga:
Sou seu amor! E estou aqui!"


quinta-feira, 13 de maio de 2010

Uma frase após a outra

Um belo dia eu estava sentada na cadeira dura do meu quarto, cansada de ver tv ( assim como estou, vendo tanta polêmica sobre a convocação do Dunga, deixe os meninos dos Santos no ritmo da Beyonce e vamos torcer meu povo! ) e entrei como de costume no post atualizado do fotolog da minha amiga Renas, e lá estava uma frase da Clarisse Lispector que me fez pensar por um bom tempo. " Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro... " E isso é muito verdade. Eu já quis mudar tanta, mas tanta coisa em mim, que chegou um momento em que eu olhava pra dentro do espelho e enxergava só uma aparência idealizada, e já não enxergava mais minha essência, e fui deixando isso ir adiante por um bom tempo, até que eu comecei a sentir falta de mim. Senti falta das idiotices que eu tinha parado de fazer pra agradar pessoas amargas, senti falta das verdades que eu parei de dizer pra agradar pessoas que não queriam amizade sincera, senti falta de chorar com vontade sem medo de borrar minha maquiagem, senti falta de dar gargalhadas de até doer a barriga sem me preocupar com o julgamento infeliz dos outros. Senti falta de ser feliz comigo mesma, e é por isso que essa frase da Clarisse me fez pensar tanto. Cortar nossos defeitos talvez não seja a melhor forma de melhorar, acho que o melhor a fazer é amolda-los com o tempo, tornando-os mais tolerantes com sabedoria e maturidade, e isso só se consegue com o tempo mesmo. Tentar ser sério quando você simplesmente só precisa de uma boa gargalhada pra se sentir bem, ou forçar um sorriso quando sua vontade é de torcer o nariz, isso torna a vida muita chata e despretensiosa. Eu deixei de lado o perfil idealizado que vagava pela minha mente, deixei de lado pra mostrar a mim mesma o quanto eu me faço feliz com meus mil defeitos e qualidades, e assim percebo o quanto eu consigo fazer os outros felizes também, embora meu namorado seja o que mais aguente meu geniozinho ruim, talvez ele não me amasse com a mesma intensidade se eu fosse um pouquinho mas fácil de lidar, ou bem mais fácil. Essas conclusões só aparecem mesmo quando a gente das as famosas cabeçadas da vida, ou com uma frase após a outra, até tento ser uma boa aprendiz, mas não vou mentir que já estou com uns belos galos.
Então, já que ninguém nesse mundo consegue ser perfeito, eu quero olhar sempre no espelho e enxergar tudo que eu realmente sou, com tudo de bom e ruim, e me orgulhar muito, sempre.