segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Esvazio-me então, como qualquer recipiente com conteúdo esgotado e "ebulitivo", como o próprio líquido efervescente, que de tanto se manifestar, em desespero, em algum momento, deixa de existir. Por alguma química, além de sua força, evapora. Uma leve e nebulosa fumaça, perto de algo que um dia existiu de maneira tão concreta. 
Enfim, esvaziam-se recipientes assim como corações, invertem-se prioridades, trocam-se planos, uma nova música começa a tocar. Mas o café continua ali, no mesmo lugar, porque há coisas que, enquanto fazem bem, não precisam mudar, não deviam, muito menos, evaporar.

 

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

E se o vento me soprasse tudo o que você sentia? Já pensou que louco seria? Quem sabe eu te entenderia, e até permitiria me jogar dentro do seu caos. Porque desse teu mal eu não morro, meu coração é que nem bicho solto, meu sentimento é livre pra te procurar, não consigo segurar, e pode apostar, aqui dentro do meu peito é bem mais tranquilo, a liberdade em demonstrar amor supera qualquer rancor. Chame de loucura se quiser, mas razão não combina com nenhuma emoção, e deixo as noites de insônia apenas pro teu colchão.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Ela tinha um encanto soberbo, mas era inteligível, pois era único, daqueles que acontece uma vez na vida. Ela estava longe da perfeição, mas até cada defeito dela me levava a crer que ela era do jeito que eu sempre quis. Ela era louca, mas me deixava cada dia mais louco por ela; e aquele sorriso, me tirava a alma. Ela ria com tanta leveza que nem parecia que podia me encher de tapas no auge da sua fúria. Cada vez que eu colocava meus olhos nela meu coração se apaixonava mais uma vez, e quando ela me abraçava, tão pequena, eu sentia que podia lhe dar o mundo. Eu podia ficar com raiva, mas que não passasse de um dia, era só lembrar daquele jeito indecente de me olhar com os olhos cheios de lágrimas ou aquela boca tão delicada implorando tacitamente por lhe tomar em meus braços. Ela causava uma alegria imensa pro meu coração, só pela sua companhia, e já compensava todos os desentendimentos do dia. Sua mãos tão delicadas, seu carinho era tão suave que eu ainda consigo sentir na pele. Podia conversar com ela horas a fio, ela conseguia falar de tudo, mesmo que nem soubesse sobre o assunto. Se era orgulhosa? Nossa! Mas eu admirava sua confiança, e entendia suas fraquezas, sei que tinha muitas e também muitos medos, porém eu lhe dava minha compaixão e fingia que não os via, porque pra mim, ver ela orgulhosa e feliz era o que importava, e o que também me fazia feliz. Era um amor, um encanto, uma loucura tão pura, era minha paz mas era também toda minha inquietude, era o que eu queria viver todos os dias antes de fechar os olhos, era ela que eu queria ver todas manhãs, sendo da maneira louca ou doce que ela tanto pode ser, mas era só ela, do jeito dela, e mais ninguém. Não era um amor sereno, mas me fazia sentir vivo, era um furacão de emoções. Eu nunca deveria ter deixado ela partir, não importava se era soberbo, era do seu encanto que eu sentia falta, era só disso que eu precisava, era do riso dela, dos tapas dela, da imperfeição que me era tão perfeita, daquele amor maluco que me tirava o fôlego todos os dias.