quinta-feira, 29 de julho de 2010

Mais cinco minutinhos, ou dias!

O "adeus" as férias é uma coisa sempre muito deprimente! Por isso tô aqui agora, precisando desabafar, me entupindo de bolachas recheadas, cheias de carboidratos e açucares, ótimo pro meu triglicerides, ao som de Maria Gadú. Não que ela seja deprimente também, mas a voz dela acalma meu desespero. Eu passei essas minhas férias de Julho de um jeito bem sem graça, vou falar pra vocês, nunca pensei que passaria alguma férias da minha vida trabalhando, sei que isso é idiota e fútil, mas admito que se eu não for a pessoa mais preguiçosa do mundo, estou entre as primeiras. Falando assim também até parece que trabalhei em uma lavoura sob o sol escaldante, mas não foi tão terrível, trabalhei no escritório da minha mãe três vezes por semana, como já vinha fazendo. Mas sei lá, todas minhas férias meu ócio é sagrado, mesmo que ele já seja cultuado ao longo do ano, nas férias é primordial ficar em casa sem fazer absolutamente nada, e agora me pego fazendo muitas coisas durante a tarde, e por isso minhas férias acabaram em um piscar de olhos. Parece que foi ontem que eu estava dando pulos de cem metros comemorando as férias, e agora estou a alguns dias de tornar meu mar de rosas em oceano de espinhos. Vou retomar à minha teoria da ilusão benigna, juro que levei a sério, ela me ajudou bastante até, nem me reconhecia quando olhava no espelho e via uma menina feliz às 7 horas da manhã, foi bem útil, e tomara que continue sendo. Parei de escrever pra ligar o carregador na tomada, levei um super choque, acho que foi Deus me castigando por eu resmungar tanto, melhor eu começar a dar ênfase ao meu lado Pollyana desconhecido, ver o recomeço das aulas com olhos produtivos de uma nerd que senta da primeira fileira e fica com vontade de bater palma ao término de cada aula. Blé, estou mais pra ficar na fileira do meio me divertindo com os comentários ilícitos das minhas amigas, que aliás também fizeram muita falta nessas férias. Não pensem que sou uma aluna desleixada, nãnaninanão, também não sou lá uma gênia da justiça, mas esse semestre fui muito melhor que todos os meus anos da minha vida estudantil. O bicho pega porque preciso tirar muita coragem e força de dentro do cérebro pra raciocinar, e é por isso que o retorno à faculdade me desespera tanto. Odeio ser forçada a raciocinar, eu gosto de pensar sem pressão, droga! Agora sim, vou parar de reclamar antes que ao invés de choque caia um raio na minha cabeça. Ah, quase me esqueço que no meio de tanta chatice, há uma coisa boa, amanhã tô indo pra praia, curtir a maresia por um fim de semana, quem sabe eu volte menos ranzinza, o mar pode fazer milagres... Ou estragar meus cabelos!

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Nora Roberts - Mesa para dois

- Me diga o que sente!
Ela tirou um instante para estabilizar-se.
- Tudo bem! Quando eu cozinho, pego um ou outro ingrediente. Tenho minhas próprias mãos, meu próprio talento, e juntando tudo faço uma coisa perfeita. Se eu não achá-la perfeita, jogo fora. Não tenho muita paciência. - Ela parou um instante e imaginou se ele entendia esse tipo de analogia. - Eu pensei que se algum dia resolvesse me envolver num relacionamento, teria de haver esse e aquele ingrediente, e mais uma vez eu os juntaria. Mas eu sei que jamais seria perfeito. Logo... - Soltou um longo suspiro – Imaginei se também isso seria uma coisa pra se jogar fora.
- Um relacionamento não é algo que se cria num dia, ou aperfeiçoa num dia. Parte do jogo é continuar trabalhando nele. Cinquenta anos ainda não são muito tempo.
- É muito tempo para trabalhar numa coisa que sempre será um pouco defeituosa.
- O desafio é grande demais pra você ?

- Vamos vencer – Com a boca ele procurou a dela, e quando ela estremeceu, ele percebeu que era tanto de nervosismo quanto de paixão. Depois enfrentaria a paixão, agora ele ia aliviar os nervos.
- Se você quiser, fazemos um período de experiência – Começou a cobrir o rosto dela com beijos – Podemos até pôr isso em contrato... é mais prático!
- Experiência ? - Ela começou a afastar-se, mas ele a manteve perto.
- É, e se durante o período de experiência algum de nós quiser o divóricio, só terá de esperar até o fim do prazo do contrato.
Ela juntou as sombrancelhas. Podia ele falar de negócios agora ? Ousaria ? Ela inclinou o queixo em desafio.
- De quanto tempo será o prazo do contrato ?
- Cinquenta anos...



O beijo foi longo – lento – demorado.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Metrônomo Quebrado!

Não há mais notas certas...
Apenas coloque sua cabeça sobre meu peito e ouça meu coração.
Ouça cada batida, cada compasso, eu já não consigo lhe falar
qual é o ritmo, por enquanto só você poderia descobrir.

Tentei de todas as maneiras, mas ele é teimoso, ele é instável,

não me deixa acolhê-lo e aquietá-lo, ele me perturba, me atormenta,
ele te quer, e é só com você que ele se acalma.

Mas isso não é certo, como pode alguém ter a obrigação de cuidar de

um coração que não lhe pertence ? Não se pode esperar mais dos outros
do que de si mesmo. Agradeço pelos dias que você o acolheu,
não lhe culpo por deixá-lo algumas vezes sem amparo, por não conseguir
decifrá-lo e entendê-lo, até agora ninguém conseguiu.

Meu coração gosta das músicas mais longas, que demoram pra terminar,

mas proporcionam o auge do prazer durante ela, para que no fim, você
simplesmente possa entender que a música em algum momento
tinha que acabar, ou então você poderia ficar esgotado de ouvi-la, seus
ouvidos poderiam começar a zunir, e você nunca mais iria desejar ouvir
aquela linda música novamente.

Agora perdeu-se o som da música dentro da minha alma.

Decidi consertar e cuidar de verdade do que me pertence, e meu coração
é mais meu do que de qualquer outro.

Tiro toda sua responsabilidade, deixe-o só pra mim, eu o quero por inteiro,

mesmo que ele não queira, eu vou impor as regras, criar uma nova partitura
para que ele volte a bater no ritmo que eu gosto, que me faz bem!

Eu só quero sentir de novo aquele flutuar entre as notas que saíam dele, sem

preocupações, sem descontroles, quero emoções, sim, mas que sejam
recíprocas, músicas que não cheguem a fadiga, meu coração tem um desejo
insaciável por músicas novas, ele não pode mais ficar aprisionado a uma
única, e é por isso que o meu metrônomo já não consegue mais funcionar,
suas batidas andam confusas, sem ritmo e descompassadas.

Preciso consertar esse metrônomo do meu coração, para que ele volte ao seu

melhor tempo e ritmo. Eu vou liberta-lo de você de uma vez por todas,
e libertar você, dessa loucura de música que ele insiste em chamar de amor.



quinta-feira, 22 de julho de 2010

Diversão Banal

Sabem de uma coisa? Essa história de que todo mundo gosta de filme de terror é pura balela! Eu nunca gostei, e sinceramente, acho um absurdo mórbido quem faz esses tipos de filmes, e quem os considera uma diversão. Não é só pelo medo desnecessário, é pela realidade do nosso cotidiano, já não basta tantas tragédias, tantos sofrimentos, qual é o prazer de querer estimular as pessoas a terem medo do que de um jeito ou de outro vai acabar acontecendo? A morte é algo tão dolorida, não é algo que se deseje, nem algo que se encontre graça, não consigo entender o porquê das pessoas sentirem prazer vendo só destruição, medo e coisas que é nítido que não tráz nenhuma alegria, ou benefício, só sofrimento. Falam que existem filmes com um sentido mais lógico, mas eu não me refiro só aos filmes de terror trash, eu falo de todos os filmes que canalizam sua história na dor, em coisas ruins. Pra mim não existe filme de terror inteligente, como falam de Jogos Mortais e outros, pra mim tudo que é inteligente é com fundo altruístico, se pensa no bem dos outros, e não no mal. Ninguém tem o direito de tirar a vida do outro, e por mais surreal que seja o filme, a pessoa que o cria se baseia na violência, que é uma coisa inteiramente real no nosso dia-a-dia, onde toda a sociedade se torna uma lástima quando ouvimos ou presenciamos histórias de perdas, do terror real que se alastra pela violência, gerando assim o medo real, a dor real. Uma vez vi uma reportagem com o Zé do Caixão, e achei que tinha sentido o que ele disse. Ele disse que as pessoas gostam de filme de terror porque ficam de frente com o maior medo, que é a morte, mas ai eu me pergunto: Alguém deseja as coisas que acontecem nos filmes para os familiares ou pra qualquer outro ser humano ? Não acho que estou sendo radical, o que acho é que quem faz esses filmes esta plantando violência e terror, pra depois colher a desumanidade, pois as pessoas se acostumam a ver desgraça alheia nas telinhas, quando na verdade o foco de todas as pessoas deveria ser no amor, no bem da sociedade, na diversão, na alegria. Eu fico indigninada de ver as pessoas saindo rindo de filmes horríveis, como se fosse algo que deu a elas alegria, quando na verdade só os fez sentir tensão e medo, ver sangue e gritos. Não da. Acho que a raiz do mal está onde as pessoas menos percebem, e o que realmente acontece de ruim na sociedade é pelo comodismo que as pessoas tem em relação a todo sofrimento alheio, se ganhar dinheiro em cima do medo e do terror é algo banal, tão banal ainda é ganhar dinheiro em cima da ignorãncia da sociedade, e é por isso que os políticos fazem toda essa festa, e só o que a população sabe é reclamar dos resultados finais, sem ninguém perceber o que realmente está faltando pra haver melhorias...

Falta o essencial de todo ser humando, falta a humanidade!


É preciso enxergar muito além do que a maioria das pessoas conseguem!

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Meias Palavras

Já virou rotina... Não é de agora que sou conhecida sempre como a errada, a mau criada, a rebelde sem causa, mesmo nem sendo todas essas coisas, juro que não, mas é assim que me rotulam. O pior é que não é a maioria das pessoas, não são as pessoas de fora, essas me acham normal, discreta e meiga. São as que mais deveriam me conhecer que dizem que sou assim, que sou errada, que me engano quase sempre com as minhas emoções. Tudo bem que não sou fácil de lidar, mas assumir a culpa de tudo também não é fácil pra ninguém, e eu acredito em mim, acredito no que sinto e no que me faz ir até o fim de uma discussão, acredito porque não sou de me validar em meias palavras. Eu gosto da verdade inteira, assim como as palavras inteiras, gosto de que saiam da minha alma, esvaziem meu coração, saiam saltitando inconsequentes por mais que não estejam no melhor momento de sair, eu gosto de não guardar elas e deixar que me machuquem com o remorço de não poder tê-las dito. Isso me dói muito, as pessoas preferem meias palavras, pessoas burocráticas e que se valem de posturas omissas, essas são as educadas, as certas e as gentis. Mas é tão fácil ser assim, é tão fácil se omitir de falar, deixar que pensem, deixar que falem, sem se preocupar com o que ficou subentendido, é fácil não estar sempre tomando as rédeas de uma discussão, é muito fácil não assumir seus verdadeiros sentimentos, evitar de ser julgado. O difícil mesmo é dar a cara pra bater, levar um tapa e dar a outra face, sem medo, com a única e expressa vontade de assumir sua posição e seus ideias, mas ao mesmo tempo, sem arrogância, querer discutir pra se chegar a um ponto comum, que possa causar um bem comum. Eu acho que nada que é bom para todos se resolve com a única e exclusiva vontade de uma pessoa, todas as pessoas devem se manifestar pra conseguir o que querem, são as vontades conjuntas que encaminham a uma vontade maior, e consequentemente a um bem maior. Pode ser que hoje em dia as pessoas já não valorizem mais quem se expressa de verdade, quem é sincero com si mesmo, as pessoas não valorizam quem prefere a sua verdade e luta por ela até o fim, elas querem pessoas manipuláveis, fáceis de lidar, que não querem discutir, expor o que sentem. Infelizmente eu vivo me questionando por falarem tanto de como eu sempre to errada, mas se eu for diferente vou estar me traindo, e acho que não vale a pena só pelo o que os outros acham, por mais que achem que me conhecem, com certeza não me conhecem mais do que eu mesma, e por incrível que pareça, sei que erro, sei que não estou sempre certa, mas quero que me provem, que me mostrem o porque estou errada. Afinal, todo mundo é inocente até que se prove o contrário, e já que errar é humano, e errar também é viver, a única coisa que posso fazer é sair cantando por ai aquela música do Kid Abelha, “Sou errada, sou errante. Sempre na estrada, sempre distante, vou errando enquanto o tempo me deixar...” E pelo jeito vou continuar levando a culpa, até que sintam falta de sinceridade, e ai possam me procurar, e ver que minha falta de educação, minha rebeldia, e minha insensatez, são erros válidos quando se quer lidar com pessoas reais, que mostram seus sentimentos reais, e que fazem por merecer ter sangue correndo nas veias, e que ao contrário das omissas, fazem você sentir o que sempre quis através de atitudes e palavras inteiras, com vontade de ser feitas e ditas, já que você, como qualquer outro, está acostumado com a indiferença das meias palavras que a maioria das pessoas insistem em usar.