quarta-feira, 28 de julho de 2010

Nora Roberts - Mesa para dois

- Me diga o que sente!
Ela tirou um instante para estabilizar-se.
- Tudo bem! Quando eu cozinho, pego um ou outro ingrediente. Tenho minhas próprias mãos, meu próprio talento, e juntando tudo faço uma coisa perfeita. Se eu não achá-la perfeita, jogo fora. Não tenho muita paciência. - Ela parou um instante e imaginou se ele entendia esse tipo de analogia. - Eu pensei que se algum dia resolvesse me envolver num relacionamento, teria de haver esse e aquele ingrediente, e mais uma vez eu os juntaria. Mas eu sei que jamais seria perfeito. Logo... - Soltou um longo suspiro – Imaginei se também isso seria uma coisa pra se jogar fora.
- Um relacionamento não é algo que se cria num dia, ou aperfeiçoa num dia. Parte do jogo é continuar trabalhando nele. Cinquenta anos ainda não são muito tempo.
- É muito tempo para trabalhar numa coisa que sempre será um pouco defeituosa.
- O desafio é grande demais pra você ?

- Vamos vencer – Com a boca ele procurou a dela, e quando ela estremeceu, ele percebeu que era tanto de nervosismo quanto de paixão. Depois enfrentaria a paixão, agora ele ia aliviar os nervos.
- Se você quiser, fazemos um período de experiência – Começou a cobrir o rosto dela com beijos – Podemos até pôr isso em contrato... é mais prático!
- Experiência ? - Ela começou a afastar-se, mas ele a manteve perto.
- É, e se durante o período de experiência algum de nós quiser o divóricio, só terá de esperar até o fim do prazo do contrato.
Ela juntou as sombrancelhas. Podia ele falar de negócios agora ? Ousaria ? Ela inclinou o queixo em desafio.
- De quanto tempo será o prazo do contrato ?
- Cinquenta anos...



O beijo foi longo – lento – demorado.

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